PROJETO ESPECIAL DE AÇÃO
“DIÁLOGO SOBRE PAPEL DA ESCOLA –
A EDUCAÇÃO SOB A PERSPECTIVA DO PROTAGONISMO E ESCUTA DA CRIANÇA”
PORTARIA Nº 1.299, DE 13 DE
FEVEREIRO DE 2014.
PORTARIA N º 901, DE 24 DE
JANEIRO DE 2014.
a) Identificação da Unidade Educacional:
EMEI “DR. JOSÉ AUGUSTO CÉSAR”
Diretoria
Regional de Educação Jaçanã/Tremembé
Ano letivo: 2018
b) Especificações do Projeto:
Nome do Projeto: “Diálogo sobre o papel da escola –
a educação sob a perspectiva do protagonismo e escuta da criança.”.
Data de
início e término: DE 06 / 02 a 05 /12
/2018.
Justificativa e articulação com o Projeto
Político-Pedagógico com o Programa Mais Educação São Paulo:
Diante da trajetória dos projetos
e vivências realizados durante o ano
letivo de 2017, como rodas de conversa sobre os espaços da unidade escolar,
surgiu o debate sobre o aprimoramento da escuta da criança. Debate no qual,
suscitou a problematização dos modelos e práticas educacionais, que não
possibilitam espaço para a fala das crianças.
Para aprofundar essa problemática,
foram estudados autores que traziam a importância da escuta da criança e seu
protagonismo, para construir uma escola que os representem, como Malaguzzi e
Adorno. E realizado práticas, para construção dos espaços na escola, que
respeitassem a fala das crianças, sensibilizando assim o olhar sobre a prática
docente.
E diante dos conceitos
teóricos dos clássicos Froebel, Dewey, Montessori, Freinet que iniciam o
movimento de questionar e desconstruir o modo tradicional de pensar práticas
educativas. E ao pensar no trabalho de Piaget,
Vigotski e Wallon, base da formação inicial, como referência do campo da Psicologia,
amplia-se a aproximação da Educação com a Sociologia e a Antropologia,
configurando novas perspectivas para o estudo das infâncias.
Destacamos as
pesquisas e contribuições teóricas de Corsaro, Sirota, Prout, dentre outros,
que delimitam um aporte teórico da Sociologia da Infância, revelando a
pluralidade das infâncias e das várias formas de ser criança.
Isto significa
romper com saberes que se pautam a partir da perspectiva do adulto, para construção de aportes que se pautam na observação e na escuta das crianças, em todas
suas manifestações expressivas. Assim, estes autores também evidenciam as
crianças enquanto componentes estruturais da sociedade, que produzem mudanças
nos sistemas em que vivem, produzem cultura, e que, portanto, devem sair
da histórica invisibilidade para serem ouvidos enquanto sujeitos históricos e
atuantes sociais.
Pautar uma escola
fundada na confiança e respeito à produção das culturas infantis, nas suas
várias manifestações, nas “cem linguagens da criança” (MALAGUZZI), é necessário
ter sensibilidade para ouvir e deixar falar, todas as crianças, em suas
variedades de expressões.
Florestan
Fernandes, com as Trocinhas do Bom Retiro, na década de 40, foi o pioneiro no
trabalho que registra os elementos constitutivos das culturas infantis, as
falas das crianças e os processos de construção do brincar e das relações
sociais. Atualmente, os trabalhos de Ana Lucia Gourlat de Faria, Maria Letícia
do Nascimento, Maria Carmen Barbosa, Patrícia Prado, Mônica Pinazza, Daniela
Finco, Anete Abramowicz, dentre outros, têm consolidado o campo de saberes que
“dialoga” com as construções da Pedagogia da Infância, onde o olhar mais
sensível a apurado, foca nas expressões das crianças(relação adulto/criança e
criança/criança).
Ressalta-se a
chamada pedagogia da escuta e a ideia da documentação pedagógica, onde
se atenta para a escuta da criança e propõem espaços para proporcionar maior
expressão e atuação concreta das crianças.
E diante deste
panorama dos estudos sobre a pedagogia da infância, escuta das crianças e
experiências do ano anterior, foi debatido e decido por consenso, o tema de
estudo sobre o protagonismo e escuta das crianças, ampliando as ações e
avançando no caminhar para uma escola que represente todos que estão nela.
e) Objetivos:
·
Subsidiar as professoras para:
1.
Sensibilizar o olhar e escuta, de forma e direta e
indireta, de todas as crianças.
2.
Construir coletivamente as ações educativas,
considerando as crianças, sujeitos do aprender;
3.
Construir um currículo que reconheça as
desigualdades, valorize a diversidade e as diferenças, rompa com as relações de
dominação de classe, raça, etnia, gênero e território, possibilitando a
emancipação dos sujeitos;
4.
Proporcionar experiências com as crianças que instigue
a participação efetiva na rotina escola, experiências e espaços da escola;
5.
Ampliar o repertório cultural, assim como,
possibilitar espaços democráticos de expressões artísticas e culturais;
6.
Desenvolver projetos e vivências que promovam o bem
estar, trabalho corpóreo, experiências com múltiplas linguagens, como forma de
manifestação, expressão e conhecimento de mundo;
7.
Considerar a brincadeira, meio de interação das
crianças, com o mundo ao seu redor, presente em todos os momentos e espaços da
escola;
8.
Promover a qualidade social da Educação Infantil
com vistas a implementar processos de auto avaliação no grupo de profissionais
da Unidade Educacional;
9.
Considerar a importância da avaliação do processo
educativo, como auto avaliativo, do trabalho realizado, considerando-a como
premissa para o planejamento da professora;
10. Incentivar
e concretizar a participação das famílias e da comunidade, no planejamento e
ações, em complementaridade e partilha de responsabilidades;
11. Atuar
como construtor do Projeto Político-pedagógico da Unidade, articulando
conhecimentos teórico-práticos;
12. Considerar
a indissociabilidade do cuidar e do educar como princípio presente em toda a
educação básica;
13. Construir
um currículo que reconheça a diversidade, valorize a diferenças e se comprometa
com a equidade, lutando por uma educação igualitária a todos e todas;
14. Aprimoramentos
das práticas educativas tendo como suporte o planejamento construído
coletivamente, com partilha de experiências, visitas á espaços culturais,
cursos e aprofundamento teórico;
15. Utilizar
as Tecnologias da Informação e Comunicação – TICs, possibilitando intercâmbios
entre os diferentes campos de experiência.
f) Descrição das fases/etapas: cronograma de
execução e avaliação:
Cronograma de e execução:
MÊS
|
DIAS
|
TOTAL H/A MENSAL
|
|||||||||
FEV
|
06
|
07
|
20
|
21
|
27
|
28
|
12 H/A
|
||||
MAR
|
06
|
07
|
13
|
14
|
20
|
21
|
27
|
28
|
16 H/A
|
||
ABR
|
03
|
04
|
10
|
11
|
17
|
18
|
24
|
25
|
16 H/A
|
||
MAI
|
02
|
08
|
09
|
15
|
16
|
22
|
23
|
29
|
30
|
18 H/A
|
|
JUN
|
05
|
06
|
12
|
13
|
19
|
20
|
26
|
27
|
16 H/A
|
||
JUL
|
03
|
04
|
24
|
25
|
08 H/A
|
||||||
AGO
|
01
|
07
|
08
|
14
|
15
|
-
|
-
|
-
|
-
|
18 H/A
|
|
SET
|
04
|
05
|
11
|
12
|
18
|
19
|
25
|
26
|
16 H/A
|
||
OUT
|
02
|
03
|
09
|
10
|
16
|
17
|
23
|
24
|
30
|
31
|
20 H/A
|
NOV
|
06
|
07
|
13
|
14
|
21
|
27
|
28
|
10 H/A
|
|||
DEZ
|
04
|
05
|
|||||||||
150 H/A
|
Carga horária semanal = 04 horas
Total anual = 150 horas/aula
Cronograma de Atividades:
Dia da semana
|
Atividade desenvolvida
|
Terça-feira
|
Formação continuada: Leitura
e reflexão de textos e/ou filmes e imagens que contribuam para o
aperfeiçoamento da prática educativa.
|
Quarta-feira
|
Formação continuada: Leitura e problematização
da teoria em prol da prática, possibilitando a análise das práticas
pedagógicas e/ou planejamento das ações condizentes com o aprofundamento
teórico.
|
Avaliação:
·
Avaliação contínua do processo com problematização
da ação pedagógica, avaliando pontos positivos, dificuldades encontradas e
propostas para superá-las.
·
Acompanhamento das ações desenvolvidas pelas
professoras e reflexão da bibliografia e planejamento de estudos.
·
Acompanhamento e análise da Documentação
Pedagógica, partilha de experiências e registros.
·
Sistematização da avaliação ao final de cada
semestre.
·
Acompanhamento do processo de estudo e ações
alcançadas, pelos participantes e na reunião de Conselho de Escola ao final de
cada semestre.
g) Procedimentos Metodológicos, coerentes com a
proposta apresentada:
- Escuta
das crianças para detectar conhecimentos e anseios objetivando dar
subsídios para a formação das professoras.
- Análise e a problematização
dos dados coletados.
- Produção de pautas de
observação, registro e acompanhamento
das crianças.
- Discussão e elaboração de
ações educativas com foco no protagonismo das crianças.
- Alcançar questões
enraizadas, sobre práticas tradicionais e problematiza-las, na busca de
mudanças concretas na rotina escolar.
- Problematização
das dificuldades que os professores encontram em sua prática visando
possíveis intervenções.
- Produção
e análise de registros reflexivos.
- Leitura, discussão e reflexão da
bibliografia indicada e de outros materiais que surgirem no decorrer do
projeto.
·
Discussão, reflexão e planejamento de ações visando
à superação dos problemas levantados
pelo grupo (reflexão-ação-reflexão).
·
Elaboração da Documentação Pedagógica para
instrumentalizar a práxis pedagógica.
h) Resultados esperados observados os estabelecidos
nos Programas Curriculares da Secretaria Municipal de Educação:
Espera-se que:
·
As ações pedagógicas que concretizem a escuta da
criança, promovam espaços efetivos para a autonomia e protagonismo.
·
O planejamento rompa com a fragmentação e fundamente-se
nas múltiplas linguagens, construídos através dos interesses das turmas.
·
Avancemos na construção democrática do espaço
escolar.
·
As ações pedagógicas se aproximem, ainda mais, da
concepção de criança como sujeito histórico e de direitos, e produtora de
cultura, reverberando na melhoria da qualidade social e educacional da educação
infantil.
·
A produção da Documentação Pedagógica seja
aprimorada e subsidie a formação e a tomada de decisões coletivamente.
i) Acompanhamento e Avaliação semestral: periodicidade,
indicadores e instrumentos para registro do processo.
Periodicidade:
- Ao
decorrer do projeto, através de diálogos, discussões, reflexões, partilha
de experiências e análise dos
registros.
- Autoavaliação
dos docentes e equipe gestora, a ser realizada no final de cada semestre,
acerca dos avanços e desafios do projeto e lançamento de propostas/
encaminhamentos.
- Avaliação
Semestral.
Indicadores e instrumentos para registro do
processo:
- Resultados
das ações desenvolvidas com as crianças.
- Análise
da Documentação Pedagógica.
·
Registros da Formação no livro do PEA.
A
avaliação, tanto a contínua quanto a final, será entendida como momentos de
tomada de decisão com vistas à continuidade, redimensionamento ou extinção
deste Projeto, sendo realizada coletivamente pelos participantes, Equipe
Gestora e Supervisor Escolar, assim como pelo Conselho de Escola e registrada
pela Equipe Gestora da Unidade.
A
avaliação deverá pautar-se em parâmetros que contribuam para o
redimensionamento do trabalho desenvolvido no ano e contribuir para a
reescrita/redimensionamento no ano subsequente, tais como:
a)
As temáticas trabalhadas e sua articulação com a
justificativa do PEA, bem como objetivos e metas;
b)
A
metodologia utilizada foi adequada e ensejou a problematização das práticas da
Unidade;
c)
O diálogo
entre o PEA e as práticas pedagógicas da unidade observadas pela equipe escolar
no decorrer do ano, ou seja, a articulação entre as necessidades formativas e
ação efetivamente realizada;
d)
Coerência da
bibliografia utilizada.
e)
Datas
previstas para as Avaliações: 05/07 e 22/11/18.
j) Referências bibliográficas:
·
ADORNO, T.W. Educação e emancipação. São
Paulo: Paz & Terra, 1995.
·
BRASIL, Ministério Da educação. Secretaria de
Educação Básica. Diretrizes Curriculares
Nacionais para a Educação Infantil. Brasília: MEC/SEB, 2010.
·
BARBOSA, Maria Carmem Silveira. Projetos Pedagógicos na Educação Infantil
/ Maria da Graça Souza Horn – Porto Alegre: Grupo A, 2008.
·
OLIVEIRA, Zilma M. R. de (org.). Educação infantil: muitos olhares. 7ª
ed. São Paulo: Cortez, 2007.
·
CHAUI, M. Cultura Democracia, São Paulo, SP. Cortez, 2001.
·
EDWARDS,
Carolyn. GANDINI, Lella. FORMAN, George. As
Cem Linguagens da Criança: a abordagem de Reggio Emilia na educação da primeira
infância. Porto Alegre: Artmed, 1999.
·
FARIA, V e SALLES, F. Currículo na educação infantil, São Paulo, SP. Editora Ática, 2012.
·
FREIRE, Madalena. A paixão de conhecer o mundo: relato de uma professora. Rio de
Janeiro: Paz e Terra, 2007.
·
FREIRE, Paulo. Educação e mudança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1979.
·
___________. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 39ª
ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
·
GOMES, Nilma Lino. Relações Étnico-Raciais, Educação e Descolonização dos Currículos.
In Currículo sem Fronteiras, v. 12, n.1, pp. 98 - 109, Jan/Abr 2012. Disponível
em: http://www.curriculosemfronteiras.org/vol12iss1articles/gomes.pdf.
·
HOFFMANN, J. Um olhar sensível e reflexivo sobre a criança. Porto Alegre.
Meditação, 2012.
·
KISHIMOTO, T. M. Jogo, brinquedo, brincadeiras e a educação, SP, 2017.
·
NARANJO, J. D. Casa das estrelas: O universo contado pelas
crianças, Editora Foz, 2016.
·
OSTETTO, L. E. Registros na educação Infantil, Campinas, SP. Papirus, 2017.
·
Orientação Normativa nº 01 de 02 dezembro de 2013: “Avaliação na Educação Infantil:
aprimorando olhares”;
·
Orientação Normativa nº 01/2015: “Padrões Básicos de qualidade da Educação
Infantil Paulistana” – Secretaria Municipal de Educação – São Paulo:
SME/DOT.
·
SME-DOT Ed. Infantil. Princípios da Pedagogia da Infância, (2013);
·
PINAZZA, Monica Apezzato(Orgs.). Pedagogia(s) da Infância: dialogando com o
passado construindo o futuro. Porto Alegre: Artmed, 2007.
·
ROSEMBERG, Fulvi. Educação para quem? Ciência & Educação, São Paulo, v.28, n. 12
1466-1471, 1976.
Bibliografia
digital.
·
Práticas
Pedagógicas para igualdade racial na educação infantil. São
Paulo: CEERT, 2011, in http://www.bibliotecadigital.abong.org.br/handle/11465/633
·
Parques
Sonoros na Educação Infantil Paulistana. São Paulo: SME / COPED, 2016. in file:///C:/Users/Secretaria/Downloads/Parques_Sonoros_final_21_11.pdf
Filmes
sugeridos:
Terreiros do brincar, direção de David Reeks e Renata Meirelles. Produção Maria Farinha Filmes (52 min.), cor, 2017.
Tarja Branca,
BRASIL, Maria Farinha Filmes (1h20), 2014.
O começo da vida, Maria Farinha Filmes(2h) 2016.
A Onda,
(1h48min), cor, 2008.
Como estrelas na terra,(2h 45
min), 2007.
Sementes
do nosso quintal, BRASIL, (108 min), 2012.
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